Mala de Cartão

Dentro desta mala há de tudo:Aventuras, Estórias, Fotos, Música, Livros, Filmes, Desporto, Amigos, Amor...Enfim uma panfernália de "coisas"que levamos connosco e outras tantas que depois adquirimos por onde vamos passando!

16.4.07

Transfusão cultural

Aquela que parecia ser uma cidade insuportável, cheia de lixo, poluição e trânsito (“bouchon”), tem-se revelado uma cidade muito mais agradável com a chegada da Primavera. De facto, o mar azul do mediterrâneo vai dando alguma alegria e luz a Marselha. Eu proprio tb começo a ver mais luz ao fundo do tunel no que à vida social diz respeito. Não será propriamente “la folie”, mas começa a bombar, “ça roule” (isto vai rolando) depois há sempre o “soutien” dos colegas, sempre prontos a ajudar-nos. “On faite”, são os colegas que se vão acostumando a bichos raros como eu e que me vão levando aos lugares de interesse. Vou começando a conhecer alguns restaurantes mais em conta (entre 20 e 30 euros por cabeça), e que não são mau de todo. Por sorte tenho mesmo uma crêperie à côté chez moi. Depois tenho-me adaptado ao facto de eu ser o único solteiro nesta cidade. Estão todos acasalados, amigados, amantizados, e torna-se complicado arrastar o pessoal para fazer alguma coisa. Posso sempre pôr uma anúncio a procurar pessoal solteiro. Presentemente tenho uma amiga divorciada que me quer saltar para a espinha. Outro dia fomos a um jogo de pólo aquático e ela levava vestido um cinto, o resto deve ter ficado em casa. No work as coisas vão bem, consegui não ser dispensado no final dos três meses de experiência, apesar de ter dito a uma colega que a queria foder, e a outra que a queria montar. Tudo tem uma explicação, às vezes quando ainda estamos a consolidar a língua temos desculpa com os erros que cometemos. Pois eu queria “faire la bise” à minha colega (beijá-la), mas acabei por lhe dizer que a queria “bezer” (que é foder). Ora agora imaginem a minha figura, levantei-me e de braços abertos em pleno "open space", disse: “Quero-te foder”. Digamos que houve um certo momento de tensão, seguido de uma explosão de risos. On faite, ela não disse que não. Como se isso não bastasse, outro dia quis montar a minha colega do Marketing. Pois troquei o verbo "Montrer" com "Monter"...je vais te monter, je vais te monter...infelicidades da vida. No bus para o work, fiz a minha primeira amiga. Após um primeiro bom dia que eu expressei simpaticamente no meu françês de qualidade, a senhora ja me tascava 2 beijos todos os dias, mesmo quando eu não estava de tromba para ali virada. A aproximação facial era a parte mais terrivel, pois a dita cuja tem uns óculos fundo garrafa e os olhos crescem de tal forma que parece que nos engolem violentamente, acompanhado de um claro bafo a noite de folie. Houve uma fase em que se assentava sempre ao meu lado no bus até que eu me fartei do facto de ela não parar quieta um segundo e estar sempre a entupir-se de medicamentos e de me descrever os efeitos secundarios, nomeadamente a prisão de ventre, mais conhecida pela constipation. A constipation leva-nos para outa gafe cometida por mim, de perguntar a um colega meu se ele estava com prisão de ventre. Enfim tudo compreensivel. Um dia chegou uma tipa com ar de “pute” ao terminal de BUS e toda a gente olhava de forma clara para a senhora. Eu so pensava, “que belas figuras”. Quando ela se virou, não é que era a minha amiga!!! E não é que me tascou dois beijos...fiquei logo queimado entre o high society dos BUS para o Petit Arbois. No dia a dia vou conhecendo os meus vizinhos... ha o do 5º que é um "ganda" maluco, vejo-o subir com uma jovem diferente todos os dias. Os meus vizinhos da frente são surdos mudos e deixam-me bilhetes na porta sempre que é preciso. É bom para os assaltos. Curiosamente são os vizinhos mais barulhentos. Depois tenho a velhota do 1º esquerdo que me pediu outro dia para testar a campainha dela. Ela abre sempre a porta quando eu desço, mais uma fã. Por baixo de mim moram os meus vizinhos judeus. Graças a eles não precisei de ligar o aquecimento no Inverno, deviam ter aquela cena no máximo. Eu dei a morada deles para entregar a minha "valise" que se perdeu em Bruxelas cheinha de bacalhau do bom e de pescada da melhor qualidade. So pensava que quando chegasse a casa dos meus vizinhos judeus para ir buscar a mala ja me tivessem vendido a mercadoria. Mas afinal a mala não foi entregue...mas o bacalhau chegou são e salvo. De resto, fico à espera de visitas. Abraço

13.4.07

Jantar de Emigras...

Desde que o Ric foi para Marselha, que eu me encontro a dar aulas na Madeira, o Pedro Matos a curtir Paris e o Pedro Marques a comer tapas em Barcelona, que os nossos encontros são cada vez mais difícieis...
Mas, sempre que é possível nada como um encontro para trocar algumas informaçóes dos sitios onde estamos, como somos recebidos, como nos adaptamos, do que temos saudades e por ai.
E assim foi, nesta páscoa fui ver o Pedro Matos a Paris e encontrei-me com o Ric em Lisboa para um jantar no não antigo "Faisão Azul"da Sra.D.Candida!
Aqui está a prova que a distância não afasta os amigos, pode até reaproximá-los!
Um beijo Ric.