Mala de Cartão

Dentro desta mala há de tudo:Aventuras, Estórias, Fotos, Música, Livros, Filmes, Desporto, Amigos, Amor...Enfim uma panfernália de "coisas"que levamos connosco e outras tantas que depois adquirimos por onde vamos passando!

4.5.07

C'est la Folie

É sempre bom estar ao corrente do que se passa na vizinhança, aqui pela Europa. A não ser que prefiram continuar a ler a comunicação social Portuguesa e a ficara ainda mais deprimidos com o estado de sitio no país!! Vamos lá abrir os nossos horizontes e deixar a Madeira ser independente, assim como assim, as bananas são pequenas, não têm hormonas.
Et voila, a França vibra com os debates políticos dos 2 candidatos à presidência, a bela Royal, e o monstro Sarko. Já todos sabem quem vai ganhar, nem vale a pena ir a votos. A avaliar pelo debate da passada 4ª feira, rezava o dia 3 de Maio de 2007, a bela quase se transformou num monstro, e o monstro parecia um cordeirinho. Se isto fosse num país a sério, a tipa tinha-se passado e partido o trombil ao Sarko, mas lá se conteve, à boa maneira francesa. Foi um roll de enganos e desanganos com os números da economia, nem sabem a quantas andam. O auge do debate foram as criancinhas deficientes e a entrada da Turquia para a UE (poderão tentar encontrar alguma relação lógica entre um assunto e o outro, mas não se esforcem muito). Para o Sarko, as criancinhas deficientes já não podem ser misturadas com as crianças normais nas escolas (provavelmente porque os genes da primeira podem saltitar para as segundas, tipo encosto), e a Turquia não tem condições para entrar na UE, não porque tenha mulçumanos, mas porque... se localiza na Ásia Menor. Esta deixou a Royal caladinha (a pensar...onde será a Ásia Menor???).
Como vêm, não é só a ex-ministra da educação (ainda é ministra do Sócrates??) que só diz disparates e fica louca agarrada a um microfone. Mas no meio disto tudo, mais vale um Sarko do que um Le Pen...sim porque este individuo, defensor da pena de morte e da expulsão dos emigrantes de França (onde eu estaria incluido...parece que já me estou a ver acorrentado aos Magrebinos num barco em direcção a Tunes), conseguiu 20% de votos no ano de 2002. Upa upa.
Mas eu compreendo o Sarko...todos os dias chego à Praça Jules Guedes no belo do BUS, e é sempre o mesmo cenário catastrófico, parece que passou um ciclone. Após o habitual mercado diário que recria um pouco o género Marrakech, ele há de tudo, belas botinhas de salto sendo que uma já não tem salto, cuecas de senhor e senhora em vários modelos e cores (já se sabe, em 2ª mão claro), com sorte um pescocito de galinha ainda com aspecto apetitoso, cassettes de fita de fora, metades de discos de vinil (algum cliente insatisfeito que se passou), gavetas aos pedaços daquela que terá sido uma bela cómoda (dava-me jeito lá em casa), enfim, o típico shopping onde certamente não encontraram os franceses Sarkocizistas.
Mas o que vale é que o sol brilha (não o caso dos últimos dias), e no passado feriado fiz a minha primeira incursão pelo mar mediterrâneo. O pessoal que treina comigo resolveu nadar no mar azul de Marselha (surpreendentemente, é mesmo azul). Pois lá fui todo contente...quando chego à praia de partida, eis que me deparo com um belo cenário escafândrico tipo Jacques Cousteau, estavam todos de fato isotérmico e máscaras de mergulho. Perguntei se tinham desistido de nadar, mas pelos vistos o pessoal é assim que nada no mar. Comecei a despir-me et voila, me, my tanga, e os meus pêlos, prontinho para me atirar ao mar. Como bom português ali estava eu prontinho a enfrentar a adversidade...fatinhos isotérmicos “Aquaman” com feichinho para fazer chichi, oculinhos graduados para ver os peixinhos e os “corais” de Marselha, barbatanas extra size SPEEDO, só faltavam os sapatinhos de vela e a camisinha burberry’s. Um homem quando vai ao mar, vai de tanga. Cambada de betinhos franceses. E lá arrancamos (tive sorte, estavam 19° na água)...passados 400 metros já estava isolado na frente, mas upsss, começou-me a faltar a vistinha e tive que ir com o resto do pessoal e parar em tudo o que era canto para ver o peixinho azul, verde e côr de rosa. Por muito calor que este corpinho produza, já estava de molho há uma hora e tivemos de regressar todos, porque sozinho ainda ia parar a outra praia qualquer no fim do mundo.
Com o calor, veio também um novo colega aqui para a empresa, um tipo Húngaro mas de famílias austríacas. Tem um porche, uma casa com píscina, e nunca paga menos de 300 euros por noite num hotel. É vendedor! Atendendo à sua costela Húngara, gosta muito de abraçar e beijar tudo e todos, acrescentando que tem 2mts e uma mãozinha que faz três da minha. Pois aqui vai mais uma experiência cultural. Estava eu a chegar à empresa quando passa o meu caro colega no seu Porche e claro, pára para manifestar o seu “estou aqui”. Em simultâneo chega a minha colega Roberta (italiana) que ao notar a presença do Húngaro, finge retocar a sua maquilhagem só para não sair do carro e ser completamente amassada e osculada pelo dito cujo. Mal sabia eu que seria a sua próxima vítima...salta o homem de dentro do Porche e abraça-me de forma violenta, seguindo-se um beijo na face direita tipo lambidela de vaca. São outras culturas... Já a minha colega pensava que estava safa, quando o “touro” se postra à porta do carro dela, sorri dizendo bom dia e se enfia literalmente pelo carro adentro para amassa-la e oscula-la. Foi uma verdadeira cena de Benny Hill. Os que puderam, ainda conseguiram fugir. Entretanto o colega refreou os seus costumes da terra Natal e já se integrou melhor. Mas ainda temos medo que lhe dê uma recaída. Assim vai o Sul da França.
A bientôt!

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este é o meu amigo Ricardo! :-)

Obrigada por estes momentos muito "teus"... ;-)

Um beijinho grande amigo, Pat

10:07 da manhã  
Blogger "Su" de said...

Eu até estava triste...eu até tinha mto trabalho...mas ainda me doi a barriga de tanto rir com a tua crónica!!!!
Está divinal!Eu sou uma verdadeira fã da tua escrita!CONTINUA POR FAVOR!

7:16 da tarde  

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